Porque algumas pessoas são mais suscetíveis à hipnose do que outras?

Porque algumas pessoas são mais suscetíveis à hipnose do que outras?

Um dos aspectos mais interessantes sobre a Hipnose é justamente o fato de que há nela tantas controversias quanto há entendimento sobre o seu funcionamento. Muitas pessoas ainda associam a hipnose à uma imagem equivocada de controle e dominação, poder e pura diversão, enquanto que o fenômeno em sí está bem distante disso.

Os estudos indicam que dentre as várias teorias existentes, e que tratam de suportar a existência e validade da hipnose, há mecanismos neurobiológicos que dão espaço para formar a base fundamental da hipnose. Esses mecanismos cerebrais são fundamentados na ativação de áreas e padrões cerebrais com relação ao estado de hipnose e também com relação aos processos de sugestões hipnóticas (Rainville, Duncan, Price, Bushnell, 1999).

Existem evidências de que a produção do estado hipnótico pode ser medido através de PET Scan (Tomografia por Emissão de Positrons) através de inúmeros experimentos e estudos que demonstraram não somente a existência da hipnose enquanto fenômeno, como também a resposta das pessoascom relação à sugestibilidade. Uma diferenciação interessante, desde a ótica da hipnose como um estado, é sobre um estudo que explorou a alteração da percepção de dor de um grupo de participantes submetidos à hipnose com e sem sugestões. Desse estudo em particular, os resultados demonstraram que a indução de hipnose sem sugestões específicas para alteração da percepção de dor, não teve efeito significativo sobre a sensação de dor (Rainville et al., 1997).

Existem vários estudos que abordam esse assunto da sugestibilidade desde a perspectiva das escalas hipnóticas, sendo as mais comuns a de Harvard e a de Stanford. Um estudo muito interessante e que eu recorro sempre para meus artigos, trata sobre o grau de estabilidade das escalas de suscetibilidade ao longo de um período de 25 anos (Piccione, 1989). Esse estudo discute também sobre a situação da suscetibilidade por caractéristicas inatas, e o treinamento do aumento de suscetibilidade (Diamond, 1977; Perry, 1977). Outro estudo (Morgan, 1973) aborda a hereditariedade da suscetibilidade hipnótica.

Sobre as aptidões da pessoa para a experiência hipnótica, ou melhor dito “suscetibilidade à hipnose”, os estudos (Gorassini & Spanos, 1985) indicam que há um baixo grau de melhorias, aprendizado ou desenvolvimento de tal “habilidade” ou aptidão. Ou seja, como eu disse antes, a suscetibilidade é inata, ainda que haja espaço para um baixissímo grau de treino.

Os estudos sobre as modificações que produziram incrementos de susceptibilidade reais, raramente se concentraram diretamente em estratégias cognitivas, ou mesmo na mudança de atitudes e expectativas específicas com relação à hipnose. Em vez disso, fizeram as pessoas passarem, repetidas vezes, por experiências individualizadas de teste hipnótico – aquelas das escalas de suscetibilidade (Hilgard & Weitzenhoffer, 1963).

Alguns dos estudos abordam elementos práticos sobre a suscetibilidade, por exemplo, (Kihlstrom & Evans, 1979) mostram que as pessoas altamente suscetíveis, são mais propensas à lembrarem de uma sequência aleatória de memórias, ao contrário das pessoas com baixo grau de suscetibilidade. Porém, sob sugestão pós-hipnótica de amnésia, ambos apresentam a capacidade de lembrarem de uma seqüência temporal precisa.

De forma geral, independente de como quer que você caro leitor, conclua e acredite ser a resposta com relação a suscetibilidade mais acentuada ou não em algumas pessoas, a explicação está no fenômeno da hipnose em sí. É fato que a Hipnose como palavra, transcende suas próprias teorias. O significado por trás das ideias relativas à hipnose são meramente ilustrações e metáforas usadas de forma individual ou por determinados grupos a fim de facilitar qualquer sorte de explicação. Porém, no mais extrito rigor, a Hipnose como tal, é um conceito que carrega um conjunto de aspectos relacionados às habilidades do hipnotizador, os procedimentos e processos envolvidos, as técnicas, artemanhas e sabores inerentes ao contexto onde o fenômeno da hipnose acontece.

No bom Português, ou nasceu com a sorte de poder experimentar hipnose “num piscar dos olhos”, ou a pessoa vai ter que buscar um excelente hipnotizador para fazer a “magia” acontecer.

 

Se você gostou do texto, comente e compartilhe para que outros possam apreciá-lo também!

[cv_social_group social_outlets=”facebook,youtube,instagram,twitter” columns=”4″ new_window=”false” tooltips=”false” color=””][/cv_social_group]
[ess_post]
[wp_ad_camp_5]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *